quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

HISTÓRIA DE VIDA - PADRE COSMO


Dia 11/01/2009 foi realizada, diante de grande comoção, provavelmente a última missa do Padre Cosmo Francisco do Nascimento neste ano. Porém, bem mais incerto que seu retorno às atividades eclesiásticas em 2009, imperou o motivo do afastamento, visto que a Arquidiocese de Olinda e Recife inicialmente não se posicionou, concretamente e/ou oficialmente, perante o ato. Comentários do meio remontam a necessidade do mesmo “cuidar da saúde” ou realizar “tratamento médico”. Contudo, apesar de nós fiéis percebermos um cansaço ao término de suas obrigações (missas, batizados, etc.), sabemos que todo operário dedicado e comprometido após desfrutar merecidas férias retorna ao batente com ânimo e energias restabelecidas. Este contexto tornar-se-ia parcialmente verdadeiro para o referido, visto que no seu ofício conduz com muito amor o seu rebanho; realmente veio a gozar de férias no início deste ano, a fim de visitar familiares e recarregar o físico e a mente para uma volta imediata ao trabalho que, infelizmente, para sua tristeza, e a nossa também, não foi, a princípio, concedida. E, apesar de todo respeito, silêncio e convalescência junto a Igreja Católica, estava além de suas forças físicas e espirituais disfarçar tamanha dor e abatimento. Por nossos olhos e entendimento, este repentino afastamento, como também a forma como foi conduzido, são as únicas chagas a que o padre terá que se tratar neste imposto período de reclusão.

Para quem não conhece o Padre Cosmo, ele nasceu na cidade ”Aroeiras”, Paraíba-PB, em 27/06/1969. Desde cedo, aos 5 anos, já falava em casa o seu desejo de ser padre. De família simples e humilde, seus irmãos contam que quando eram pequenos, como toda criança, tinham seus brinquedos preferidos. O “Cosmo” tinha um santuário e gostava de chamar os irmãos para “celebrar missas”. Em 19/03/1997, com quase 28 anos, realizou seu maior sonho na vida: foi ordenado padre. Desde então, seu caminho religioso aumentou, fortalecendo sua proximidade com Deus. Trabalhou na Paróquia de Santa Terezinha em Bonanza-PE e, em seguida, na de São Pedro Mártir em Olinda-PE. Há, mais ou menos, 10 anos recebeu a incumbência de comandar a Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios no bairro de Afogados, em Recife-PE. Como bom pastor, sempre conduziu com amor e atenção a seu rebanho: pregando atendimentos, via confissões ou visitas a UTIs; conduzindo ações sociais e assistenciais, como distribuição de sopa e arrecadação de cestas básicas; preservando seu templo e edificando melhorias; etc. Diante de tantas qualidades, realmente dúvidas podem pairar na mente de quem não foi tocado pela sua bondade: Por que então foi afastado? E desta maneira (preferimos não qualificar)? Utilizando-se de um discurso bem popular: “Se nem Jesus Cristo agradou a todos...”. O que dirá de um mortal e pecador?!? Particularmente, nós fiéis concisos vemos que talvez seu maior pecado tenha sido pregar tão fortemente o amor ao seu rebanho, a ponto de continuar atendendo e ouvindo a quem te pedia socorro e direcionamento, mesmo após a advertência da Arquidiocese que, aparentemente, não “vê com bons olhos” os bons préstimos do religioso, dentre os quais se destaca a capacidade involuntária de atrair e fidelizar os fiéis. Devido a seu grande carisma, simpatia e ao ótimo clima durante a celebração das missas, as pessoas se identificavam com sua forma envolvente e cativante. Cada vez mais, era possível perceber o aumento no número de fiéis e famílias inteiras que vinham, até mesmo de outros bairros, e se apresentavam nas filas para comunhão ou mesmo para pedir uma benção. Fato raro este, num mundo com tanta violência... E, justamente agora que a Igreja Católica enfrenta momentos de crise com o aumento de tantas outras religiões, pessoas como Padre Cosmo, que aproximam os fiéis, são infelizmente afastadas de nosso convívio, deixando o caminho livre para que os fiéis busquem suprir necessidades pessoais em outras igrejas, ou mesmo em outras religiões.

Ao longo do tempo, muito já ouvimos (e lemos também) sobre a atitude de alguns integrantes da Igreja Católica, durante, por exemplo, a Santa Inquisição, ou outros fatos históricos; mas o que sempre nos intriga são os constantes atos paradoxais. O caso aqui relatado, a olhos bem criteriosos, leva-nos a uma inevitável comparação e conseqüente questionamento nos recentes atos da atual hierarquia local. No aspecto comparativo nos lembramos do querido Padre Pio, fundador do grupo de orações da renovação carismática, que reunia multidões de fiéis em suas missas em San Giovani Rotondo.

Ele tinha um diferencial para perceber coisas além dos “olhos humanos” e, como Padre Cosmo, atendia seus fiéis deixando o Espírito Santo agir, fazendo destes encontros outros momentos muito importantes. É sabido que pessoas especiais como São Pio de Petrelcina existem e é assim que encaramos o nosso querido Padre Cosmo, a quem este blog se destina. A seguir dispomos um conjunto de características do Padre Pio, a fim de melhor entendermos o contexto apresentado:

* A quem Deus deu dons particulares e carismas, se empenhou com todas as suas forças pela salvação das almas. Os muitos testemunhos sobre a grande santidade do Frei chegam até os nossos dias, acompanhados de sentimentos de gratidão. Suas intercessões providencias junto a Deus foram para muitos homens causa de cura do corpo e motivo de renovação do espírito;

* Muitas vezes recomendava as pessoas a recorrerem ao seu anjo da guarda, estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário;

* Durante anos, de todas as partes do mundo, os fiéis foram a este sacerdote estigmatizado, para conseguir uma benção e a sua potente intercessão junto a Deus, com recuperação dos doentes e dava esperança para as pessoas desesperadas. Na realidade, ele não negava sua ajuda poderosa a quem o pedisse.

* Padre Pio sempre encontrou as forças necessárias, para seu grande trabalho com as almas, levando-as até Deus no Sacramento da Confissão. Atendia confissão por longas horas e assim salvou muitas almas;

* Percebendo que a sua missão era de acolher em si o sofrimento do povo, recebe como confirmação do Cristo os sinais da Paixão em seu próprio corpo (5 chagas: mãos, pés e tórax). Deus o queria para aliviar o sofrimento do seu povo. Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por este sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do Demônio;

* A vida do Padre Pio é repleta de milagres, ou seja, fenômeno que ocorre contrário as leis naturais e obedecem a uma força superior: a de Deus. Mas nós temos que prestar atenção à natureza do milagre que é sempre divino. Desta maneira o Padre Pio sempre convidou as pessoas a agradecer Deus, o verdadeiro autor dos milagres;

* Como expôs o pontífice Papa João Paulo II durante a sua canonização: "Padre Pio foi um generoso dispensador da misericórdia divina, estando sempre disponível para todos através do acolhimento, da direção espiritual, e, sobretudo da administração do sacramento da Penitência. O ministério do confessionário, que constitui uma das numerosas características que distinguem o seu apostolado, atraía numerosas multidões de fiéis (...)”;

A semelhança em alguns pontos acima realmente nos desperta a atenção e nos envolve justamente no questionamento a que estamos contextualizando: Intriga-nos o reconhecimento da Instituição perante a existência da espiritualidade, mas a não prática desta; como também aceitar a existência dos fenômenos ou expressões sobrenaturais ao longo da história, os quais obedecem a uma Força Superior, mas vetar esta prática em nome de uma máscara que persistem em sustentá-la?

Adicionalmente, frisamos o não ensejo de polemizar ou comparar efetivamente a pessoa do Santo Pio ao do Padre Cosmo; e sim relacionar alguns atos ou dons do primeiro que, de maneira semelhante, são preconizados pelo segundo. Enfim, se os atos e fatos foram reconhecidos no passado (intercessões foram aceitas a fim de justificar a canonização de Pio pelo Papa João Paulo II), por que não aceitar que alguém pode ter o dom da palavra, da evangelização e de receber o Espírito Santo; conduzir ou confortar, mesmo que espiritualmente, seu rebanho; ou ainda, e que seja, promover curas? Independentemente do que pode vir a acontecer, atualmente o cidadão Cosmo Francisco do Nascimento é para nós um apenas Santo Homem, um Homem de Deus, que merece nosso respeito, carinho e consideração. Caso seja mérito do mesmo no futuro ser reconhecido como Santo pela própria Igreja Católica (coincidentemente ao Santo Pio, após perseguições de alguns membros), isto só o tempo dirá...

Diante do descontentamento de muitas pessoas e da satisfação de outras, resolvemos construir este espaço (blog) para que as pessoas possam deixar suas opiniões. Como buscamos fundamentos para decisão relatada anteriormente e também apoio ao Padre Cosmo, nós pedimos que, no link a seguir, registre seu comentário e opinião sobre o fato. A palavra, relato e a assinatura de cada um será um dos proventos para embasar a carta que redigiremos ao Vaticano, com cópia para a Arquidiocese de nosso estado, para, ao menos, requerer justificativas claras e posicionamento formal do clero. Reiteramos e pedimos apenas que, não existam insultos, nem levantes e desobediências, a favor ou contra, os membros da hierarquia religiosa, pois, caso existam, serão removidos. Pregamos o amor e respeito sempre e não seria com desordens, nem ofensas, que conseguiríamos ou conseguiremos encontrar respostas e consolo para nossas dúvidas e angústias.

Lembremos sempre da humildade do Padre Cosmo, que se submeteu a autoridade, ao dizer: “Devo obediência ao arcebispo na hierarquia da Igreja”. Assim, respeitosamente buscaremos palavras que nos confortem ou atos supremos que revertam esta situação e que possam trazer Padre Cosmo ao convívio de seus fiéis e paroquianos.


Assinam este texto,
Amigos do Padre Cosmo.

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Templo antes da vinda de Padre Cosmo:


Templo depois da vinda de Padre Cosmo: